A Embraer registrou um prejuízo
líquido atribuído aos acionistas de R$ 489,8 milhões no
primeiro trimestre, contra uma perda de R$ 1,276 bilhão nos 3
primeiros meses de 2020, ainda impactada pela pandemia do novo
coronavírus.
Conforme a companhia, descontados eventos extraordinários, o
prejuízo líquido ajustado foi de R$ 522,9 milhões no 1º trimestre
de 2021, pior que a perda de R$ 433,6 milhões no mesmo período
fiscal do ano passado.
A receita líquida atingiu R$ 4,45 bilhões,
representando aumento de 55% na comparação anual, impulsionada
principalmente pelo crescimento das receitasna Aviação Comercial,
Aviação Executiva, Defesa &Segurança e Serviços e
Suporte(+17%).
“Historicamente, o primeiro trimestre do ano é sazonal e
apresenta um menor número de entregas, porém com algumas regiões do
mundo, principalmente os Estados Unidos, apresentando crescimento
da vacinação e do tráfego aéreo nos mercados de aviação comercial e
executiva, a companhia está cautelosamente otimista para uma
cadência trimestral de entregas mais equilibrada em 2021 em
comparação a 2020”, diz a empresa.
O Ebitda – juros, impostos, depreciação e amortização –
ajustado somou R$ 101,3 milhões. A margem Ebitda ficou em
1,8%, ante 1,7% entre janeiro e março do ano anterior.
Em termos ajustados, o Ebitda foi de R$ 101,3 milhões, menos que
os R$ 319,3 milhões do ano anterior. Neste caso, a margem Ebitda
foi de 2,3%, ante 11,1% de um ano antes.
No 1º trimestre, a Embraer entregou nove aeronaves comerciais e
13 executivas (10 jatos leves e três grandes) e sua carteira de
pedidos firmes somou US$ 14,2 bilhões.
A companhia informou que encerrou o trimestre com caixa total de
R$ 14 bilhões e dívida líquida de R$ 10,8 bilhões,
ante R$ 6,929 bilhões de um ano antes e R$ 8,811 bilhões em
dezembro. O aumento, diz a fabricante, se deu por conta do uso do
caixa livre durante o trimestre.
O caixa líquido utilizado em atividades
operacionais ajustado (líquido de investimentos financeiros e
ajustado pelos impactos não recorrentes no caixa) foi de R$ 974
milhões no primeiro trimestre, ante R$ 2,510 bilhões visto um ano
antes. Já o uso livre ajustado foi de R$ 1,211 bilhão, ante R$
2,898 bilhões de um ano antes.
A Embraer fala que isso se deve, em grande parte, pelo
investimento menor em capital de giro no trimestre, principalmente
em estoques, além de menores adições líquidas ao imobilizado.
Por segmento, a divisão de Aviação Comercial registrou receita
líquida de R$ 1,512 bilhão, alta de 34% na comparação anual,
enquanto a Aviação Executiva subiu 18,9% e somou R$ 841 milhões, na
mesma base de comparação.
A área de Defesa & Segurança, por sua vez, obteve receita
líquida de R$ 707,6 milhões, alta de 15,9% ante igual período do
ano anterior. A divisão de Serviços & Suporte teve alta de
30,8% na receita, para R$ 1,370 bilhão, e o segmento Outros somou
R$ 20,7 milhões, elevação de 0,5% na comparação anual.
No balanço, a Embraer afirma que “devido à incerteza contínua
relacionada à pandemia da Covid-19”, decidiu por não publicar
“nesse momento” suas estimativas financeiras e de entregas para
2021.
Os resultados da
Embraer (BOV:EMBR3) referentes suas operações do
primeiro trimestre de 2021 foram divulgados no dia
29/04/2021. Confira o Press Release completo!
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Em vendas, os três primeiros meses do ano foram fortes e a
expectativa é de manutenção dessa tendência nos próximos períodos
do ano. De acordo com o vice-presidente executivo financeiro e de
Relações com Investidores da Embraer, Antonio Carlos Garcia, esses
eventos não devem se repetir e as margens começam a se recuperar já
no segundo trimestre.
“Temos várias campanhas ativas em diferentes regiões e prevemos
relação de pedidos sobre entrega acima de 1 neste ano”, disse o
executivo, ao comentar o desempenho da aviação comercial.
Explicou Garcia, que na aviação executiva, o primeiro trimestre
foi recorde em vendas e a produção está totalmente vendida até o
fim do ano. Na divisão, a relação de pedidos sobre entrega está
acima de 1,75, mas as margens no trimestre foram prejudicas por
maior custo de produção, devido à obsolescência de determinados
produtos e custos de retrofit. A expectativa é de crescimento de um
dígito alto nas receitas neste ano, com manutenção da estratégia de
disciplina de preços.
A Embraer segue realizando missões adicionais com o C-390
Millennium e foram iniciadas as entregas de Super Tucano para a
força aérea americana, em defesa e segurança. O atraso na aprovação
do orçamento do governo, o mix de vendas menos favorável e a
variação cambial tiveram efeito adverso na margem.
Conforme o presidente da Embraer, a companhia tem avançado “bem”
em possíveis parcerias para abrir novos mercados para seus jatos
comerciais e para o C-390 Millennium, assim como para
desenvolvimento de seu novo turbo-hélice. “As parcerias estão
avançando em várias frentes”, afirmou.
Ao fim do trimestre, a Embraer tinha R$ 14 bilhões em caixa,
considerando-se também os investimentos financeiros, e dívida
líquida de R$ 10,8 bilhões, frente a R$ 8,8 bilhões três meses
antes.
VISÃO DO MERCADO
Goldman Sachs
Goldman Sachs avaliou que o resultado da Embraer, registrou
receita melhor do que a expectativa do mercado e queima de caixa
melhor do que o modelo projetado.
Para o banco, o Ebtida ajustado está bem abaixo do
consenso, com alguns obstáculos que podem ser não recorrentes, mas
também com uma margem bruta menor.
Na bolsa americana, a ADR está em queda de 3,58%, a US$ 11,30.
Na B3, a ação da fabricante de aeronaves cai 3,87% a R$ 15,17.
O Ebitda ajustado de US$ 18 milhões negativos ficou abaixo do
consenso de US$ 44 milhões, refletindo uma margem Ebitda de -2%
ante os 10% vista no ano passado, pressionada por custos de
retrofit, mix de entrega e desvalorização do real – parcialmente
compensado por iniciativas de redução de custos e momento favorável
do câmbio.
Goldman Sachs mantém recomendação neutra com preço-alvo de
US$ 10 da ADR negociada na bolsa de Nova York.
EMBRAER ON (BOV:EMBR3)
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