Via Varejo inicia abertura de lojas mais enxutas, de olho em mais retorno de vendas
November 23 2017 - 9:13AM
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A rede de móveis e eletrodomésticos Via Varejo(BOV:VVAR4)
inicia nesta quinta-feira a operação de um formato de loja física
que ocupa menos área, mas que pode trazer à companhia mais
rentabilidade na forma de economia de custos e mais vendas,
afirmaram executivos da empresa controlada pelo GPA.
A empresa iniciará por Canoas (RS) a abertura de lojas “smart”,
formato que ocupa uma área cerca de 30 por cento menor em relação à
média atual de espaço de 900 a 1.100 metros quadrados de uma loja
tradicional Via Varejo, disse o diretor executivo de lojas físicas,
Paulo Naliato. A redução do tamanho da loja é permitida por conta
do menor mostruário físico de produtos, que passa a ser em parte
exibido por meio de terminais conectados à Internet.
A intenção da Via Varejo é abrir 10 novas lojas neste ano no
conceito smart e converter 250 das cerca de mil lojas para esse
formato também até o fim de 2017. O plano é levar o formato para
todas as lojas da Via Varejo no país nos próximos meses, que devem
receber a infraestrutura necessária para isso até o final de 2018,
afirmou o executivo.
“Com este conceito, podemos entrar em mercados onde até
agora não estamos presentes”, disse Naliato. O diretor de modelo de
vendas da Via Varejo
(BOV:VVAR3),
Marcelo Nogueira, citou como exemplo Porto Feliz (SP), que terá
abertura de loja smart da empresa em dezembro. Além de novas
regiões, o formato permite à rede se adensar onde já está presente,
afirmou Naliato, citando como exemplo o bairro de Itaquera, na zona
leste da capital paulista.
Os executivos evitaram precisar números, mas afirmaram que o
novo formato não deve gerar impacto relevante de canibalização de
lojas existentes. “Algum nível de canibalização pode existir. Mas
vamos tomar participação de mercado de concorrentes, o mercado pode
até não crescer, mas com esta estratégia podemos avançar sobre
participação de concorrentes”, disse Nogueira.
O concorrente Magazine Luiza, frequentemente citado como
referência em comércio eletrônico no Brasil, lançou em 1992 um
formato de loja sem exposição física de produtos como televisores e
refrigeradores, mas os executivos da Via Varejo afirmam que não se
trata de adotar o modelo do rival.
“É diferente, temos a exposição física de produtos e um aporte
de tecnologias para tornar a venda mais eficiente… Queremos que a
loja seja dinâmica, que atualize sua exposição de produtos mais
rapidamente para atrair o interesse dos clientes”, disse
Nogueira.
Segundo ele, a tecnologia empregada nas lojas, que usará até
mapas de calor de movimentação de clientes nas lojas, permitirá
redução de funcionários para uma média de 14, ante 20 numa loja
tradicional. Além disso, a companhia espera poder concluir com as
novas lojas a venda de produtos abandonados pelos clientes nos
carrinhos do comércio eletrônico da Via Varejo(BOV:VVAR11).
Isto porque o aplicativo da companhia usado pelo cliente para
iniciar uma compra pelo celular, por exemplo, vai se conectar com o
sistema da loja smart. “Teremos que investir muito menos tempo com
o cliente para sabermos no que ele está interessado. O diálogo
entre vendedor e cliente não vai começar do zero”, disse
Naliato.
Questionado sobre o destino que a Via Varejo dará para o espaço
liberado nas lojas da rede por conta da adoção do modelo smart,
Naliato afirmou que a companhia poderá optar em algumas lojas por
reduzir o espaço físico do ponto de venda e em outras poderá
incluir novas categorias de produtos.
O plano para o novo formato de loja acontece em meio aos
esforços da Via Varejo para fomentar a modalidade de compra em que
o cliente compra o produto pela Internet, mas opta por retirá-lo na
loja física que estiver mais próxima, algo que pode produzir uma
redução no custo de logística da ordem de 20 por cento.
Segundo Naliato, a Via Varejo pretende abrir 70 lojas no Brasil
em 2018, todas no formato smart. “Vemos oportunidades importantes
no interior de São Paulo, no Nordeste e no Sul do país”, afirmou o
executivo.
O início de abertura de lojas no novo formato acontece na semana
da Black Friday, evento que ocorre nesta sexta-feira e que se
firmou no varejo físico e eletrônico nacional prometendo descontos
em produtos e serviços. Naliato afirmou que a Via Varejo tem uma
expectativa positiva para a Black Friday deste ano, diante de
sinais de que as vendas ficarão dentro do esperado pela
companhia.
“Há sinais macroeconômicos melhores neste ano. Podem ser ainda
pequenos em termos de nível de emprego, mas mostram apetite de
compra melhor dos consumidores do que no ano passado”, disse
Naliato, sem dar detalhes.
Segundo um dos idealizadores do evento no Brasil, o portal Busca
Descontos, em 2017 a Black Friday deve movimentar cerca de 2,2
bilhões de reais, crescimento de 19 por cento sobre mesmo período
de 2016, quando teve expansão de 17 por cento.
Fonte: Reuters