O presidente da Eletrobras, Rodrigo Limp, afirmou, que tem
“expectativa positiva” com a tramitação da Medida Provisória (MP)
que autoriza a privatização da holding estatal no Congresso
Nacional. Sem entrar em detalhes sobre o projeto de conversão em
lei da MP, Limp ressaltou que a capitalização da companhia é “muito
importante” para ampliar a capacidade de investimentos, a
competitividade e a agilidade da empresa.”Para permanecer como
protagonista, a Eletrobras(BOV:ELET3) (BOV:ELET5) (BOV:ELET6)
precisa aumentar sua capacidade de investimentos”, afirmou Limp, em
evento online promovido pelo banco BTG Pactual.
Segundo o executivo, a Eletrobras investiu, nos últimos dois
anos, em média, R$ 3 bilhões ao ano. Com a capitalização, desenhada
para permitir a saída da União do controle da companhia, o plano é
elevar os montantes para “quase R$ 13 bilhões ao ano”, disse
Limp.
Em parte, segundo Limp, a capacidade de investimentos da
Eletrobras caiu tanto porque foi preciso fazer ajustes financeiros
de 2016 para cá, após a empresa perder valor de 2012 a 2015, quando
houve mudanças no setor elétrico, promovidos pelo governo Dilma
Rousseff (PT). Nesse processo, Limp citou o foco nas privatizações
em geral, incluindo as distribuidoras regionais que eram
controladas pela estatal.
O executivo citou a conclusão da construção da usina
termonuclear de Angra 3 como o principal projeto de investimentos
da Eletrobras, mas esse ativo não permanecerá com a companhia após
a privatização. Pela Constituição Federal, usinas nucleares
precisam ter controle da União.
Editada em fevereiro, a MP que autoriza a privatização da
Eletrobras precisa ser aprovada até o dia 22 de junho pelo Senado
Federal para não perder validade. Na última quarta-feira (19), o
projeto de conversão da MP em lei foi aprovado na Câmara dos
Deputados e seguiu para o Senado. Se os senadores modificarem o
texto, ele terá que voltar para mais uma análise dos deputados, o
que aumenta o risco de perder o prazo.
Para conseguir a aprovação na Câmara, o Executivo já tinha
previsto no texto original da MP a garantia de investimentos
regionais, para agradar parlamentares do Norte e do Nordeste. Só
que, no projeto de conversão, os deputados incluíram uma série de
mudanças, como previsão de investimentos em termelétricas em locais
onde não há reservas ou gasodutos, contratação obrigatória de
pequenas centrais hidrelétricas (PCHs) nos leilões e renovação de
contratos de energia velha a preços superiores ao de usinas
novas.
Segundo especialistas, esses “jabutis” – como são chamados, no
jargão do Congresso, alterações incluídas numa MP que nada têm a
ver com o assunto original da lei – poderão atrapalhar
investimentos futuros no setor elétrico e elevar a conta de luz
para os consumidores finais.
Limp evitou comentar sobre esses outros pontos, ao falar sobre o
assunto no evento do BTG Pactual.
Eletrobras (ELET3): lucro líquido de R$ 1,6 bilhão no 1T21,
alta de 31%
A Eletrobras fechou o
primeiro trimestre com lucro líquido de
R$ 1,609 bilhão, uma alta de 31% frente aos R$ 1,228
bilhão de igual período do ano passado.
Segundo a estatal, o lucro do primeiro trimestre sofreu o
impacto positivo dos resultados da transmissão, em decorrência da
Revisão Tarifária Periódica com efeitos a partir de julho de
2020.
O resultado da última linha do balanço poderia ser ainda melhor
se não fosse pelas provisões para contingências de R$ 932 milhões,
com destaque para R$ 436 milhões relativos às contingências
judiciais que discutem a correção monetária de empréstimo
compulsório
A receita operacional líquida atingiu R$
8,208 bilhões no período, 8% superior ao mesmo trimestre do ano
anterior. A receita operacional líquida recorrente, que engloba
receita do Procel, registrou alta 8% e somou R$ 8,200 bilhões na
mesma base de comparação.
Informações Estadão