Gol e Azul afirmam que proibir cobrança pela bagagem vai aumentar preço da passagem
June 06 2019 - 1:58PM
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Em audiência publica na Câmara dos Deputados, nesta quinta-feira
(6), representantes Gol (BOV:GOLL4) e da
Azul (BOV:AZUL4) afirmaram que proibir as empresas
aéreas de cobrarem pelo despacho de bagagem vai aumentar o preço
das passagens.
No final de maio, o Congresso Nacional aprovou uma Medida
Provisória (MP) que autoriza a participação de até 100% de capital
estrangeiro em companhias aéreas brasileiras. O texto
também prevê gratuidade para bagagem de até 23 quilos, nos
voos domésticos, dependendo do tamanho do avião.
Entidades do setor aéreo, Agência Nacional de Aviação Civil
(Anac) e Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) já
pediram que o presidente Jair Bolsonaro vete essa proposta.
Segundo Marcelo Bento, diretor da Azul, se o custo da mala
voltar para a conta das empresas o preço da passagem vai subir e
quem não precisa despachar vai pagar mais.
“A gente precisa ser transparente, o custo não some. Se incluir
o preço da bagagem a passagem sobe, não existe mágica”, disse o
diretor da Azul.
Alberto Fajerman, assessor da Presidência da Gol, afirmou que se
a franquia voltar, o que ocorrerá é que a oferta de passagens mais
baratas – que não incluem bagagem – sumirá, e o preço médio das
passagens vai subir.
O economista-chefe do Departamento de Estudos Econômicos do
Cade, Guilherme Mendes Resende, também defendeu a manutenção da
possibilidade das companhias de cobrarem pelo despacho da mala.
Segundo ele, a medida beneficia quem não precisa despachar e
contribui para melhorar o ambiente regulatório do Brasil.
Representantes da Latam também participaram da audiência na
Comissão de Desenvolvimento Econômico, Indústria, Comércio e
Serviços da Câmara.
Durante a audiência, o representante da Gol também afirmou que
não acredita que as empresas aéreas de baixo custo, as chamadas low
cost, conseguirão ofertar voos mais baratos do que os que as
empresas aéreas brasileiras ofertam.
Segundo ele, o setor no Brasil tem custos fixos altos, como
combustível, e não tem margem para reduzir muito o preço das
passagens.
“Não consigo imaginar como uma empresa nova que chega aqui vai
conseguir ser mais econômica do que a gente. Temos o custo mais
eficiente que podemos”, disse.
A cobrança por bagagem despachada começou a ser praticada em 1º
de junho de 2017. A regra prevê a gratuidade apenas para o
transporte de bagagens de mão, levadas dentro do avião, de até 10
kg. Acima deste peso, as empresas são autorizadas a exigir que a
mala seja despachada e a cobrar pelo transporte dela.
Antes, o transporte da bagagem de todos estava incluído no valor
da passagem, mesmo de quem não despachasse as malas. O argumento
usado pela Anac ao alterar a regra foi que isso onerava passageiros
que viajavam apenas com mala de mão, por exemplo.
Por G1
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