O Banco do Brasil já desembolsou mais de R$ 130,6 bilhões em 560
mil operações de crédito rural no acumulado da safra 2021/22, de
julho do ano passado a 13 de maio deste ano, volume 42% superior
aos R$ 92,2 bilhões liberados no período correspondente da safra
anterior, 2020/21.
O valor também supera em 13,5% o montante desembolsado em toda a
temporada 2020/21, de R$ 115 bilhões. Em entrevista ao Broadcast
Agro, o vice-presidente de Agronegócios do BB, Renato Naegele,
creditou o avanço à combinação de aumento de área plantada,
incremento dos custos de produção entre 25% e 35% e estratégias
para ampliar a concessão de recursos e atrair novos clientes.
“Tivemos um aumento de 30 mil clientes, que já tinham limite com
o banco mas estavam operando crédito rural com outras instituições
financeiras ou não contratavam com ninguém. Havia reclamações de
que o processo das cooperativas era mais rápido e conseguimos
recuperar esses clientes ao simplificar a concessão de
financiamentos com um pacote de 15 ações, incluindo redução do
número de critérios para liberação de crédito de 47 para sete”,
afirmou Naegele. Também foi adotada a assinatura eletrônica de
documentos e captura eletrônica de certidões, que dispensa
produtores de apresentarem a mesma certidão para vários
financiamentos.
Aos 30 mil clientes ativos adicionais, o BB (BOV:BBAS3) concedeu
R$ 3,8 bilhões em quase 11 meses de safra, segundo o executivo. Uma
nova “onda” de diagnóstico está em curso para simplificar mais a
liberação de empréstimos por linhas do Plano Safra, que seguem
regras do Manual de Crédito Rural (MCR) do Banco Central,
consideradas complexas pelo mercado. O total de clientes do
agronegócio do BB chega a 755 mil, segundo dados do banco.
O executivo atribui os resultados positivos, além disso, à
estratégia adotada a partir do ano passado para o setor, com cinco
eixos de atuação, incluindo crédito rural dentro da porteira (para
produtores rurais) e fora da porteira (fornecedores de insumos,
cooperativas, agroindústrias), digitalização e simplificação de
processos, e 35 ações relacionadas aos eixos.
Naegele espera um aumento da procura por empréstimos até o fim
de junho, quando termina a safra 2021/22, porque uma parte do
dinheiro do Plano Safra atual estava “congelada”, aguardando
aprovação no Congresso do PLN (projeto de lei), que abriu ao
Orçamento crédito suplementar de R$ 868,5 milhões para equalização
de taxas do Plano Safra. O texto foi sancionado no dia 12 de maio e
o os bancos aguardam somente o ofício do Tesouro autorizando a
retomada das contratações, de acordo com Naegele. No BB, R$ 2,9
bilhões que dependem do dinheiro estão comprometidos em pedidos
“acolhidos” mas não oficializados e outros R$ 2,3 bilhões irão para
linhas de pré-custeio do Pronamp, programa voltado a médios
produtores.
De janeiro a 15 de maio, os desembolsos de crédito rural do BB
atingiram R$ 41,5 bilhões, 9,2% a mais do que os R$ 38 bilhões
aprovados em igual período do ano passado. Naegele espera fechar a
temporada atual com desembolso acima dos R$ 142,5 bilhões
anunciados em 2021 – R$ 135 bilhões em julho e R$ 7,5 bilhões em
agosto. A ideia é alcançar no mínimo R$ 145 bilhões. Se confirmado
o valor, serão 26% a mais do que no ciclo 2020/21, quando foram
liberados R$ 115 bilhões. Para a safra 2022/23, o plano do
executivo é conceder ao menos 20% mais do que na temporada 2021/22,
o que representaria mais de R$ 170 bilhões.
Na safra 2021/22, o BB também conseguiu aumentar a parcela do
custeio agrícola contratada com algum tipo de mitigação de risco –
seguro rural, proteção do programa Proagro ou por contratos de
opções, que agora podem ser adquiridos pelo aplicativo do banco.
Até abril, do montante de crédito para custeio contratado na safra,
que é de R$ 61,6 bilhões, 62,3% contavam com algum instrumento de
proteção, acima dos 57% contabilizados em abril do ano passado e
dos 47% na safra anterior.
“Temos conversado muito com presidentes de grandes cooperativas,
como Coamo, Coopavel, Cotrijal, sobre orientar o produtor que o
seguro é mais um insumo, não é uma escolha, e conscientizar o
produtor a, de um lado, fazer seguro e, de outro, trava de preço,
com opções”, disse o executivo.
Bom para o banco A contínua expansão no agronegócio é
“excelente” para trazer margens ao Banco do Brasil, já que os
clientes do setor não demandam apenas linhas relacionadas à
atividade agropecuária, mas também cartão de crédito,
financiamentos residenciais e de veículos, investimentos e
outros.
Olhando exclusivamente para o crédito, o crescimento da carteira
de agronegócio do Banco do Brasil no primeiro trimestre, de 28,2%,
para R$ 254,6 bilhões, foi o maior em comparação a outras carteiras
do banco. A de pessoa física, a maior do BB, com R$ 268,8 bilhões
no fim de março, aumentou 14,9% em comparação a um ano antes; a de
pequenas e médias empresas (MPME) avançou 14%, atingindo R$ 92,4
bilhões; e a de grandes empresas e governo chegou a R$ 228,6
bilhões, alta de 10,7% na mesma base de comparação. A carteira
total somou R$ 883,5 bilhões em março, 16,4% acima da registrada em
março de 2021.
“O banco bateu recorde de resultados justamente em um período em
que o agro foi o principal destaque. O setor gera esse valor
agregado por ser um cliente histórico e forte, que permite ter uma
carteira sólida e crescente, mas também há muito para crescer na
carteira de pessoa física e de MPME”, afirmou.
Broto Com mais de 600 mil usuários e R$ 1,5 bilhão em negócios,
a plataforma Broto caminha para ganhar um CNPJ próprio, deixando de
ser uma startup incubada pelo BB e BB Seguros, conta o
vice-presidente de Agronegócios do BB. “No começo do ano foi
escolhido um executivo para liderar o Broto, que está deixando de
ser uma startup incubada para ser uma startup com CNPJ, uma
empresa, com um modelo bem jovem, leve”, contou Naegele.
Informações Broadcast
BANCO DO BRASIL ON (BOV:BBAS3)
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