Os resultados com a ação de Halloween (Vassoura Thru), que levou
pessoas a montarem em suas vassouras para ganhar sanduíches BK,
podem ter sido positivos, mas é o que veremos no balanço do
último trimestre do ano. Por ora, a empresa revelou seus números
sobre o terceiro trimestre de 2020, um prejuízo de R$ 105,9
milhões, revertendo um lucro de R$ 5,5 milhões obtido no mesmo
período de 2019. No acumulado do ano, o prejuízo líquido foi de R$
348,3 milhões, contra um lucro líquido de R$ 7,2 milhões nos nove
primeiros meses de 2019.
Os resultados da Burger
King (BOV:BKBR3) referentes às suas operações
do terceiro trimestre de 2020 foram divulgados no dia
05/11/2020.
→ A BK Brasil é administradora das redes de lanchonetes Burger
King e Popeyes. Confira a análise completa da empresa com informações
exclusivas.
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O Ebitda (resultado antes de juros, impostos, depreciação e
amortização) também foi negativo, em R$ 16,9 milhões, contra os R$
103,5 milhões positivos do terceiro trimestre de 2019.
A receita operacional líquida da companhia caiu 27,8% no 3T20,
para R$ 522,3 milhões, na comparação anual. No acumulado de 2020, a
receita é de R$ 1,46 bilhão.
Outras informações do balanço
A receita proveniente dos canais digitais (Delivery, Toteme BK
Express) subiu 217%, para R$ 136,3 milhões, atingindo 22,7% da
receita.
O delivery, mesmo com a reabertura dos shoppings, teve recorde
de vendas no 3T20, atingindo R$120,1 milhões, um crescimento de
210,1% sobre o mesmo período do ano passado.
As despesas gerais e administrativas (excluindo depreciação e
amortização) ficaram em R$ 32 milhões no período, o que significa
um aumento de 2,2% no comparativo com o terceiro trimestre de
2019.
Outra informação relevante é sobre o endividamento bruto da
companhia, que no fechamento do terceiro trimestre ficou em R$
937,8 milhões, com caixa total disponível de R$ 471,3 milhões. A
dívida líquida encerrou em R$ 466,6 milhões, comparado a um caixa
líquido de R$ 47,8 milhões no mesmo período do ano anterior.
Teleconferência
Teleconferência do BK Brasil para discussão de resultados
referentes ao terceiro trimestre de 2020, com os Srs. Iuri Miranda,
Presidente do BK Brasil; Clayton Malheiros, Vice-Presidente de
Finanças; Gabriel Guimarães, Diretor de Finanças e RI; e o time de
Relações com Investidores.
Sr. Iuri Miranda
O terceiro trimestre de 2020 foi, sem dúvida, um marco
importante na recuperação do crescimento do nosso negócio. Apesar
de começarmos o terceiro trimestre com aproximadamente 40% dos
nossos restaurantes fechados em julho, a tendência de recuperação,
que já vínhamos acompanhando ao longo do segundo trimestre, foi se
confirmando mês após mês, uma recuperação rápida e contínua à
medida que as restrições operacionais eram suavizadas e a nossa
operação ia retomando a normalidade.
Um exemplo de como a flexibilização da restrição operacional
rapidamente reflete em vendas, foi a mudança, em julho, do regime
que nos fazia operar 6 horas seguidas nos principais mercados. Isso
mudou para um regime de dois turnos de 4 horas, o que possibilitou
capturar os dois períodos de maior fluxo: o almoço e o jantar.
A partir daí, ampliamos o número de restaurantes abertos e já no
começo de agosto chegamos a 75% dos restaurantes abertos e uma
receita próxima de 80% do período pré-Covid. Seguindo a tendência
de recuperação e conforme fato relevante que fizemos no início de
setembro, nós voltamos abrir 100% dos nossos restaurantes e
chegamos a aproximadamente 90% da nossa receita pré-Covid no final
de setembro.
Em nossa análise, esse ritmo de recuperação foi fruto de três
pilares fundamentais: o primeiro foi o retorno da operação dos
nossos restaurantes; o segundo foi a excelente performance dos
nossos restaurantes no formato free standing. Ao longo dessa
pandemia, comprovamos nossa visão da importância estratégica desse
formato, que, desde junho, já atingia níveis positivos de same
store sales. Sem dúvida, a gestão de canais, a experiência
personalizada que oferecemos aos nossos clientes, a tecnologia e o
crescimento de vendas via drive thru contribuem para o papel da
free standing; o terceiro pilar se tornou ainda mais fundamental
para o nosso negócio e ficou evidente com a pandemia.
Eu me refiro ao crescimento dos canais digitais, principalmente
ao delivery. Digo crescimento porque, especificamente em delivery,
pesquisas nos apontam que o addressable market desse canal
praticamente dobrou desde o início da pandemia. Há sempre uma
pergunta do quanto desse volume de delivery era um simples shift
rede canais e o que, de fato, seria uma venda residual à medida que
o volume do consumo on premise retomava a padrões mais
normalizados.
O que vimos até o momento é que, mesmo com uma recuperação
significativa do consumo em nossos restaurantes com mais horas
operacionais, continuamos a crescer nesse canal. Nosso consumo on
premise, que representou cerca de 15% do nosso volume no segundo
semestre, passou a representar cerca de 50% no terceiro semestre e,
ainda, o crescimento de delivery, quando comparado ao segundo
trimestre, foi de quase 16%. Além do delivery, observamos
crescimentos expressivos nas vendas através do totem de
autoatendimento e pela funcionalidade BK Express.
Esperamos que esses canais sigam com crescimentos relevantes no
quarto trimestre, pois estão diretamente relacionados ao consumo em
nossos restaurantes. Nossos esforços na frente de transformação
digital, que terá papel preponderante no varejo ao conectar o
físico e o digital, também foram intensos. Conforme já anunciamos,
além do lançamento da primeira cozinha ghost kitchen de Burger King
e Popeyes no mundo, durante o terceiro trimestre aumentamos nossa
cobertura de delivery white label para mais de 100 restaurantes e
adicionamos ao sistema mais dois agregadores, que começam a ganhar
tração.
O nosso programa de CRM, que viemos trabalhando ao longo dos
últimos 24 meses, está finalmente em fase de rollout e temos
grandes expectativas em relação a essa iniciativa, que
possibilitará uma interação individual e personalizada com os
nossos clientes. Hoje, já contamos com mais de 7 milhões de
cadastros completos em nossa base. Para dinamizar nosso atendimento
e a experiência dos nossos consumidores, contamos hoje com mais de
250 restaurantes com totens de autoatendimento e 100% da nossa
cadeia de restaurantes próprios oferecem a funcionalidade do BK
Express.
Também continuamos a aumentar o nível de engajamento com as
nossas marcas através do nosso aplicativo, que já conta com mais de
25 milhões de downloads e em breve terá ainda mais funcionalidades
para reforçar o conceito de omnicanalidade. Em Popeyes, alinhados
com o momentum global da marca, conseguimos 4 resultados
expressivos ao longo desse trimestre tanto em vendas quanto em
marca. Em vendas, mesmo com a nossa exposição 100% a shoppings,
fechamos o mês de setembro com same store sales positivo de 4%.
Esse crescimento foi fruto de uma evolução de mais de 900% em
delivery versus 2019, e que, junto com o lançamento do The
Sandwich, o produto icônico que viralizou na internet nos Estados
Unidos, nos ajudou a catalisar o trial da nossa marca. Popeyes
chegou a níveis muito expressivos de awareness e de preferência em
São Paulo e nós estamos prontos para avançar a novos mercados. E
fomos além. Conectados com o nosso propósito de entregar a melhor
experiência para os nossos clientes e sintonizados com tendência de
consumo, nós lançamos um produto que acreditamos ser uma inovação
das mais importantes da indústria de food service no Brasil, o
Whopper Clean; sem conservantes e ingredientes artificiais.
Ele passou a fazer parte do nosso cardápio e irá para todo o
território nacional em 2021. Essa é mais uma inovação disruptiva
que trazemos ao mercado, mostrando a velocidade de ação da nossa
empresa para capturar tendências, mesmo no meio de uma pandemia.
Depois de um segundo trimestre desafiador em vendas e naturalmente
em margem bruta, no terceiro trimestre pudemos reequilibrar nossa
rentabilidade à medida que a venda consistentemente cresceu.
Nós fomos vocais em nossa última divulgação de resultados ao
dizer que a nossa estratégia de revenue management estava bem
fundamentada e que, à medida que fossemos recuperando nossas
operações, essa voltaria a patamares mais normalizados. Foi esse
movimento que, de fato, aconteceu. Reequilibramos nossas ofertas
nos principais parceiros de delivery, reavaliamos elasticidade das
ofertas focadas em drive thru e setamos um novo preço na plataforma
King em Dobro. Como um melhor equilíbrio das linhas de venda em
margem bruta, mantivemos nossa disciplina e controle nas despesas
com restaurantes e no headquarter.
Em nossos restaurantes, mesmo com 65% das operações fechadas no
começo da pandemia, decidimos proteger nossos colaboradores e
manter os empregos. Com o fim da MP 936 ao longo do trimestre, o
impacto do benefício acabou sendo significativamente menor, mas
temos convicção que essa decisão nos ajudará a garantir a melhor
experiência aos nossos os consumidores e uma recuperação forte de
vendas. Nossos custos de ocupação continuaram a ser negociados caso
a caso para que 5 pudéssemos ter uma equalização mais adequada ao
nível de venda.
Nossa receita operacional líquida atingiu 522 milhões, uma
redução de 27% quando comparado ao mesmo período do ano anterior e
um crescimento de 78% quando comparado ao segundo trimestre de
2020. No início do trimestre, cerca de 40% das nossas operações
ainda se encontravam fechadas em razão do Covid. Porém, com a
flexibilização das medidas restritivas, passamos a ver uma
recuperação ascendente das vendas e, em setembro, chegamos a 85% do
nível de vendas versus o ano anterior, e, em outubro, encerramos o
mês no mesmo patamar do ano anterior.
Já as vendas no critério de same store sales atingiram -27% do
trimestre influenciada pelo fechamento das lojas, principalmente no
início do período. Faço novamente o destaque para o Popeyes, que
apresentou crescimento de 4% de same store sales em setembro mesmo
com as restrições de tráfegos em shopping em São Paulo. As vendas
digitais representadas pelo delivery, totem e BK Express, atingiram
23% da receita da companhia versus 5% no ano anterior, isso
representa um crescimento de 217% com a receita passando de 43
milhões para R$136 milhões.
E mesmo na comparação com as vendas do segundo trimestre de
2020, o crescimento foi de 27%, ainda que tenha ocorrido a retomada
significativa do consumo de balcão. Em relação aos resultados
financeiros, o EBITDA ajustado ativo em 11,4 milhões, um avanço
significativo de aproximadamente R$80 milhões versus o trimestre
anterior próximo ao nível de breakeven.
Clayton Malheiros
Durante o terceiro trimestre de 2020, retomamos nosso ritmo de
expansão com a abertura de 11 restaurantes, sendo nove Burger King
e 2 Popeyes. Também realizamos o fechamento de 20 restaurantes,
sendo 19 da BK Brasil e um franqueado, em linha com a nossa
estratégia de otimizar a rentabilidade do nosso portfólio. Além
disso, houve a aquisição de uma loja Burger King no modelo in line
em Santa Catarina. Com isso, encerramos o período com um total de
900 restaurantes em operação no país sob as marcas Burger King e
Popeyes, dos quais 702 operados pelo BK Brasil, nos mantendo como o
maior operador de restaurantes de fast food do Brasil.
Em relação à evolução das aberturas de dessert centers,
finalizamos no trimestre com 444 unidades, o que representou uma
abertura líquida de 52 unidades nos últimos 12 meses. A receita
operacional líquida atingiu R$522 milhões representando uma queda
de 27,8% quando comparado ao mesmo período do ano anterior em
função de parte dos restaurantes ainda fechados nos primeiros dois
meses do trimestre, mas com forte crescimento de 78,4% quando
comparado ao pior período da pandemia ao longo do segundo trimestre
de 2020.
Acompanhamos, no trimestre, uma trajetória consistente e
ascendente de vendas em continuidade à retomada iniciada no final
do segundo trimestre. No mês de julho, aproximadamente 40% das
nossas operações ainda encontravam-se fechadas, levando a uma queda
de vendas de cerca de 45% versus o ano anterior. Porém, com a
flexibilização de medidas restritivas, passamos a ver uma rápida
recuperação no tráfego dos shoppings, onde concentramos mais de 60%
das nossas operações.
É importante lembrar que no início do trimestre estávamos
limitados a apenas um momento de consumo em jornada de 6 horas
consecutivas e, a partir do final de julho, passamos a capturar as
ocasiões de almoço e jantar. Com isso, percebemos uma melhora
consistente nas vendas, passando de cerca de -45% em julho para
-25% em agosto e aproximadamente -15% em setembro versus o ano
anterior, mês em que contamos com a abertura de 100% de nossas
operações.
Quando olhamos a nossa performance de outubro, mantivemos essa
tendência ascendente e encerramos o mês de outubro praticamente no
mesmo patamar de vendas do ano anterior, mesmo com os cinemas de
teatros (importante geradores de tráfego) fechados ou com muitas
restrições dentro dos shoppings. Já as vendas no critério same
store sales atingiram -27,3% no terceiro trimestre de 2020, ainda
influenciadas pelo fechamento de loja no início do período. Porém,
destacamos o indicador de same store sales da marca Popeyes, que
encerrou o trimestre com -7% mesmo com as restrições de tráfego nos
shoppings do estado de São Paulo.
A marca recentemente completou dois anos desde a abertura de sua
primeira loja 7 no Brasil e vem alcançando níveis de conhecimento e
preferência relevantes tendo em vista seu curto tempo de operação
no país. Seus indicadores de brand, considerando a cidade de São
Paulo, apresentaram um crescimento de 18 pontos percentuais em
awareness e de 14 pontos percentuais em trial versus o mesmo
período do ano anterior. Ainda no início de setembro, lançamos o
The Sandwich, clássico sanduíche de frango que se esgotou em três
semanas no lançamento nos Estados Unidos e formou filas de espera
de centenas de pessoas no mesmo país.
Da mesma forma, após o lançamento no Brasil, quase 32 mil
unidades foram vendidas em apenas três semanas, levando ao maior
volume de vendas da marca em sua recente história. Do lado direito
do gráfico, podemos acompanhar a evolução das vendas dos nossos
restaurantes versus o período pré-pandemia. A combinação da
retomada de tráfego nos shoppings com a excelente performance das
free standings e o crescimento das vendas digitais, que mesmo com a
recuperação do volume on premise têm mantido tendência similar de
crescimento, nos ajudou a sair de uma venda de aproximadamente 30%
em relação ao período pré-pandemia para próximo de 100% em outubro.
Adicionalmente, as lojas free standing mostraram a resiliência de
seu modelo, atingindo um crescimento de same store sales
significativo ao final do trimestre.
Ainda, ao longo dos últimos anos temos feito mudanças
significativas em nosso cardápio para atender à transformação dos
hábitos de consumo e oferecer alimentos cada vez mais naturais.
Entre as iniciativas endereçadas está o lançamento, em setembro, do
Whopper 100, que não terá qualquer conservantes, corantes ou
aromatizante de origem artificial. Orientada por uma visão
estratégica e pioneira, a adequação do sanduíche teve mais de dois
anos de intensas pesquisas e a novidade tem potencial de mudar para
sempre o mercado de fast food no Brasil. Esta iniciativa de
trazermos um produto livre de ingredientes de origem artificial
mostra o nosso pioneirismo e preocupação em promover uma
transformação relevante para toda a sociedade através dos nossos
icônicos produtos.
As vendas digitais representadas pelo delivery, totem e BK
Express atingiram 22,7% da receita da companhia contra 5,2% se
comparado ao mesmo período do 8 ano anterior, atingindo um
crescimento de 217% com uma receita que passou de 43 milhões para
R$137 milhões. Quando comparado às vendas do segundo trimestre de
2020, o crescimento foi de 27,3% mesmo com uma retomada
significativa do consumo de balcão, mostrando forte resiliência
desse canal de vendas.
O delivery é a maior participação nas vendas, seguido por totem
e BK Express. Mesmo com a abertura dos shoppings, o canal atingiu
R$120,1 milhões, representando um crescimento de 210,1% em relação
ao mesmo período do ano anterior. Esse resultado foi também
decorrente da ampliação da cobertura de lojas em mais de 100%, indo
de 254 no terceiro trimestre de 2019 para 512 lojas no terceiro
trimestre de 2020 por meio dos principais agregadores: iFood, Rappi
e Uber Eats.
Além disso, também tivemos a entrada de dois novos agregadores
no período: a 99 Food e James Delivery, alinhado ao nosso propósito
de estar presente em todo o país e poder servir de forma rápida
todos os nossos consumidores. Ainda no canal delivery, neste
trimestre tivemos o lançamento do The Sandwich, da marca Popeyes,
conforme citei anteriormente, que superou todas as expectativas de
vendas e ajudou a crescer as vendas da marca no delivery em mais de
900% versus o terceiro trimestre de 2019, passando de R$1,1 milhão
para R$11 milhões no terceiro trimestre de 2020. O resultado desses
esforços se vê no crescimento de venda média de Popeyes nos
aplicativos de delivery, que cresceu 268% no início da quarentena
até setembro de 2020.
Adicional ao crescimento nos agregadores, mantivemos nossa
estratégia de avançar com o nosso delivery próprio, que segue em
fase de expansão e de melhorias contínuas após o lançamento do seu
piloto no segundo trimestre. Nossa plataforma cobre atualmente 100
lojas, distribuídas em 25 municípios do país, com uma expectativa
de aumento de cobertura nos próximos meses. Para isso, nosso
aplicativo, que já tem mais de 25 milhões de downloads e que nos
trouxe mais de 7 milhões de cadastros completos na nossa base de
clientes, terá papel fundamental para aperfeiçoarmos nossa
plataforma próprio.
Nosso aplicativo também conta com a funcionalidade do BK
Express, cupons promocionais e outras funcionalidades que permitem
cada vez mais nos aproximarmos de nossos clientes e segmentarmos
nossas campanhas de acordo com o perfil e diferentes hábitos de
consumo. Entendemos que essa união do físico com o online será
fundamental para conseguirmos entregar consistentemente a melhor
experiência dos nossos clientes. Além disso, inauguramos também a
primeira ghost kitchen das redes Burger King e Popeyes no mundo,
sendo 100% dedicado ao serviço de delivery.
O modelo ghost kitchen fará a operação tanto de Burger King
quanto de Popeyes e o seu processo de expansão para outras
localidades do Brasil irá depender dos resultados da operação
piloto. A decisão de dar início a este conceito se deu por questões
estratégicas. Com o crescimento das vendas de delivery, queremos
otimizar o atendimento das nossas lojas físicas nos horários de
pico, oferecendo uma experiência de excelência aos nossos
consumidores, além de capturar a demanda máxima de vendas off
premise.
Da concepção do projeto até a sua implementação, foram apenas
três meses de projeto e o objetivo é de que, com a maturação da
operação, essa unidade passe a atender mais de 20 mil pedidos por
mês das nossas marcas. Já os totens de autoatendimento também têm
sido uma importante ferramenta para dinamizar as interações com
nossos clientes e já representam 12,9% das nossas vendas de balcão.
Seguimos, com isso, convictos de que esse canal será
importantíssimo para a digitalização e eficiência da experiência
pós-Covid. Apresentamos a evolução dos nossos custos e despesas com
vendas dos restaurantes e despesas corporativas. O custo da
mercadoria vendida atingiu 38,8% da receita, um aumento de 60 basis
points versus o seu terceiro trimestre de 2019 e uma redução de 670
basis points quando comparado ao segundo trimestre de 2020.
A recuperação gradual das vendas, suportada pela abertura das
lojas e retomada dos shoppings, contribuiu para que equilibrássemos
melhor nossa estratégia de precificação com volume. Das iniciativas
no trimestre, destacam-se os ajustes realizados em nossa plataforma
de mix & match, na qual teremos o preço para R$16,90, repasses
de preços feitos em oferta de cuponagem e melhor balanço de revenue
management no delivery. Desta forma, a recuperação das vendas
acompanhou também uma melhora de margem, mesmo em um ambiente
econômico mais desafiador.
Adicionalmente, à 10 medida que os canais começam a voltar à
normalidade, vemos um maior equilíbrio em nosso portfólio, com
maior incidência de bebidas e sobremesa nas vendas. Já as despesas
com vendas nos restaurantes, excluindo depreciação e amortização,
totalizaram R$304 milhões no terceiro trimestre, uma queda de 2,5%
em relação ao terceiro trimestre de 2019 mesmo com cerca de 30
restaurantes a mais, forte crescimento nas vendas de delivery, que
trazem um componente de custos com o take rate dos agregadores, e
maiores despesas de marketing.
Ainda assim, no terceiro trimestre tivemos um avanço
significativo em nosso resultado operacional, melhorando
substancialmente versus o trimestre anterior. Mesmo em um
cenário desafiador em termos de resultado operacional, tivemos
nossa classificação de risco Duplo A mantido pela Fitch Ratings, o
que reforça o forte trabalho da companhia em manter o negócio em
níveis adequados de risco.
Com a evolução da transformação digital no varejo, certamente
acelerada pelo efeito do Covid-19, muitas coisas têm mudado em
nosso negócio. Temos adaptado constantemente a maneira como nos
relacionamos com nossos clientes, no consumo de nossos produtos e
serviços. O foco no consumidor continuará sendo nosso maior
objetivo e, para isso, estamos construindo um ecossistema que possa
ser capaz de conectar on e offline. Esse ecossistema é sustentado
por uma cultura digital, novas formas de trabalhar e uma tecnologia
robusta e flexível, um ecossistema capaz de estar onde quer que o
cliente esteja e como prefira se relacionar conosco e, ao mesmo
tempo, alavancar nosso relacionamento direto com o consumidor,
especialmente os mais frequentes em nossos restaurantes.
Nesse trimestre, conforme citado anteriormente, inauguramos
nossa primeira ghost kitchen, que melhorará a qualidade do nosso
sistema de delivery, expandirmos a cobertura dos agregadores com a
entrada do 99 Food e James Delivery, implementamos melhorias em
nosso delivery próprio, que atualmente cobre 100 lojas distribuídas
em 25 municípios no país, tivemos avanços no nosso CRM e no
programa de loyalty, com uma comunicação customizada, promoções e
precificações diferenciadas, que garantirão uma experiência única
aos nossos clientes, dentre outras iniciativas realizadas no
trimestre, como a implementação de novos canais de atendimento ao
cliente através de WhatsApp e inclusão de métodos de pagamento
através de uma parceria com a Conectcar.
VISÃO DO MERCADO
BTG Pactual
Os resultados trimestrais foram fracos, mas sem grandes
surpresas, em linha com nossa visão de que o setor de restaurantes
no Brasil deve apresentar uma recuperação apenas gradual nos
próximos meses, também afetado pelos ventos macroeconômicos (com
maior desemprego e menor confiança do consumidor). Enquanto isso,
ainda vemos uma oportunidade para empresas bem
capitalizadas/geridas (como o caso do Burger King) ganharem
participação neste mercado fragmentado, que juntamente com um CAGR
(métrica de crescimento anual composto) de lucro líquido atraente
em 29% no período 2020-2025E, sustentam nosso rating de Compra no
nome, apesar de reconhecer menos gatilhos no curto prazo.
BTG Pactual mantém recomendação de compra, com preço-alvo de R$
13,00.
Eleven Financial
O BK Brasil apresentou melhora significativa em seus indicadores
operacionais, entretanto não foi suficiente para alcançar um
break-even operacional. As vendas via internet seguem em ritmo
acelerado e inovações importantes estão sendo colocadas em prática,
porém ainda sem impacto relevante para os resultados. No 3T20 o BK
reportou queda de receita em linha com nossas estimativas.
Eleven mantém recomendação neutra, com preço-alvo de R$
12,00.
Guide Investimentos
Para Luis Sales, analista de empresas, o Impacto é Negativo. O
desempenho do Burger King segue bastante prejudicado pelas
restrições de circulação impostas com a chegada da pandemia. Mesmo
com a reabertura gradual, a retomada segue em ritmo fraco, o que
conclui-se pelo seu volume de vendas ainda inferior em 30% e Ebitda
negativo. Destaque para o fortalecimento da marca no meio digital e
ganho rápido de participação por parte do restaurante Popeyes, que
em setembro já apresentou ganho de 4% nas vendas nas mesmas
lojas.
Morgan Stanley
O Morgan Stanley avaliou que os resultados do Burger King no
Brasil apresentam fortes sinais de recuperação.
Morgan Stanley tem recomendação neutra para o BK Brasil, com
preço-alvo de R$ 14,00.
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