O lucro líquido da Iguatemi, reportado no balanço do terceiro
trimestre deste ano, teve uma retração de 29,2% sobre o mesmo
período do ano passado, ficando em R$ 61,56 milhões Já o lucro
líquido excluindo depreciação, amortização e efeitos não caixa
(FFO) teve queda de 17,5%, marcando R$ 98,1 milhões na
comparação anual, com margem FFO de 53,8% o 3T20.
Os resultados da Iguatemi (BOV:IGTA3) referentes às
suas operações do terceiro trimestre de 2020 foram divulgados no
dia 05/11/2020.
→ A Iguatemi é uma empresa brasileira que atua na concepção, no
planejamento, desenvolvimento e na administração de shopping
centers. Confira a análise completa da empresa com informações
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O Ebtida (lucro antes de juro, impostos, depreciação e
amortização) ficou em R$ 134,06 milhões no 3T20, equivalente a uma
queda de 20,4% sobre o 3T19. Já a margem Ebitda foi para
73,6%.
A receita líquida teve um leve recuo, de 0,1% sobre o
mesmo período do ano passado. Em reais, isso significa R$ 182,13
milhões.
Outras informações do balanço
A dívida total da Iguatemi no trimestre ficou em R$ 2.880,8
milhões, com prazo médio em 3,5 anos e custo médio de 164,3% do
CDI, índice ao qual pouco mais de 80% da dívida está indexada. A
disponibilidade de caixa estava em R$ 1,17 bilhão, levando a uma
dívida líquida de R$ 1.714,5 milhões e um múltiplo dívida
líquida/Ebitda de 3,11x.
A inadimplência líquida dos lojistas ficou em 13,4% no 3T20, o
que representa um crescimento de 13 pontos percentuais sobre o
mesmo período do ano passado.
As vendas mesmas lojas diminuíram 37,5% e os aluguéis mesmas
lojas também caíram 28,5%. As vendas totais ficaram em R$ 1,8
bilhão no 3T20, queda de 45,2% sobre o 3T19.
Teleconferência
“A extrapolação da crise sanitária que vivemos sobre o
comportamento do consumidor é absolutamente equivocada…As pessoas
cansaram de ficar em casa e aprenderam a circular pelas ruas”,
disse o presidente da Iguatemi, Carlos Jereissati, em
teleconferência com analistas. Ele acrescentou que alguns shoppings
da empresa já estão com fluxo de visitantes positivo em relação ao
ano passado.
Segundo a vice-presidente financeira, Cristina Bettis, em
outubro o comportamento das vendas nos shoppings da companhia “foi
excelente”. “Temos um terço dos shoppings acima do que foi em
2019”, afirmou a executiva.
As ações da Iguatemi, que abriram o dia em queda, operavam alta
de 1,05% às 11h55, entre os destaques positivos do Ibovespa, após a
teleconferência em que os executivos defenderam a postura da
companhia em ser “mais agressiva” na cobrança de aluguéis dos
lojistas no terceiro trimestre ante o segundo trimestre, quando a
companhia concedeu grandes descontos.
“Outubro, mesmo com restrições presentes e nem todas as
operações funcionando, mostrou vendas positivas”, disse Jereissati.
Ao falar sobre vacância, ele citou que fatores como IPOs de
empresas de varejo e marcas novas ampliando operações tem ajudado.
E acrescentou que em 2021 empresas internacionais de varejo vão
inaugurar pontos de venda nos empreendimentos da companhia. Mas não
citou nomes.
Bettis, por sua vez, comentou que no quarto trimestre alguns
shoppings da Iguatemi “já estão zerados” em termos de descontos de
aluguéis a lojistas, mas evitou dar detalhes.
Os executivos também evitaram fazer comentários sobre as
expectativas para as vendas na temporada de compras formada pela
Black Friday, no fim de novembro, e o Natal. “Vamos esperar o
trimestre acabar para falarmos de Natal. Ainda está volátil”, disse
Bettis.
VISÃO DE MERCADO
BTG Pactual
Como esperado, os resultados do 3T foram novamente muito
impactados pela Covid-19 (muitos ativos foram fechados durante o
3T20). Dito isso, o resultado foi melhor do que o esperado, pois o
Iguatemi concedeu menos descontos aos lojistas e teve uma provisão
para devedores duvidosos (PDD) menor que o previsto.
A Covid-19 prejudicou os números operacionais, o que já era
esperado – os shoppings da Iguatemi ficaram abertos apenas 29% do
tempo em julho, 56% em agosto e 69% em setembro. Com essas
restrições, as vendas nas mesmas lojas (SSS) caíram 37,5% a/a no 3T
e o aluguel nas mesmas lojas (SSR) caiu 28,5%.
Acreditamos que um 3T fraco já era altamente esperado pelo
mercado. Posto isto, existem pontos positivos e negativos: (i) o
principal ponto positivo é que as vendas estão se recuperando
rapidamente e o Iguatemi tem conseguido cobrar os aluguéis de
acordo; e (ii) o principal negativo é que a inadimplência foi
elevada (13,4%) e a vacância também aumentou (+ 200 bps t/t), o que
significa que o Iguatemi pode ser mais flexível com lojistas no
curto prazo. Temos uma classificação Neutra para o Iguatemi (15x
P/FFO 2021E).
Eleven Financial
A Iguatemi apresentou os resultados do 3T20 em linha com o
que esperávamos em termos operacionais, mostrando a tendência de
recuperação de vendas e fluxo de pessoas à medida que os shopping
centers ficam mais tempo abertos e há maior flexibilização das
restrições. Em nossa visão, o pior momento do cenário de shopping
centers já passou e os resultados da Iguatemi corroboram isso, mas
a companhia permanece com uma taxa de ocupação baixa e esperamos
que a partir de 2S21 haja uma melhora mais acentuada neste
indicador.
A Eleven mantém recomendação de compra com preço-alvo de R$
43,00.
XP Investimentos
A Iguatemi apresentou resultados mistos no terceiro trimestre de
2020, ainda bastante afetados pelas políticas de distanciamento
social e restrições de horário de funcionamento dos seus shopping
centers. Do lado operacional, o portfólio da Iguatemi tem reagido
positivamente à flexibilização do horário de funcionamento
(atualmente em 84% de sua capacidade total) dado os níveis de
vendas em plena recuperação (77% das vendas do terceiro trimestre
de 2019). A receita líquida atingiu R$182 milhões, mas seu FFO foi
de R$98 milhões, menor do que o esperado dado maior linha de
despesas operacionais. No balanço patrimonial, sua dívida líquida
atingiu R$1.714 milhões, implicando em uma alavancagem de 3,1x
dívida líquida/EBITDA. Apesar dos desafios no curto prazo que
pressionaram seus resultados, as vendas dos lojistas continuam em
recuperação.
XP mantém recomendação de compra, com preço-alvo de R$
41,00.
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