A Eletrobras encerrou quarto trimestre de 2023 com lucro líquido
de R$ 893 milhões, revertendo o prejuízo de R$ 479 milhões apurado
no mesmo intervalo de 2022. No ano de 2023, o lucro foi de R$ 4,395
bilhões, resultado 21% maior que o registrado no ano anterior.
O lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações
(Ebitda) somou R$ 1,055 bilhão no quarto trimestre, uma queda de
26% ante o apurado um ano antes. No ano, o Ebitda somou R$ 17,020
bilhões, o que representa uma alta de 49% ante o ano anterior.
Já o Ebitda regulatório recorrente somou R$ 5,642 bilhões entre
outubro e dezembro, uma alta de 5% ante um ano. Em 2023, o Ebitda
somou R$ 21,522 bilhões, um avanço de 19% ante 2022.
A receita operacional líquida cresceu 10% no quarto trimestre de
2023 ante igual período do ano anterior para R$ 9,922 bilhões,
refletindo principalmente o aumento das receitas de transmissão. No
fechado do ano, a receita totalizou R$ 37,159 bilhões, um
crescimento de 9% ante o ano de 2022.
O resultado financeiro ajustado ficou negativo em R$ 2,269
bilhões nos últimos três meses do ano, principalmente pelos maiores
encargos de dívidas, pelos encargos e atualização monetária das
obrigações com a CDE e com a revitalização de bacias
hidrográficas.
A dívida bruta da Eletrobras alcançou R$ 60,8 bilhões no quatro
trimestre do ano passado, redução de R$ 9,7 bilhões em relação ao
terceiro trimestre e
aumento de R$ 1,7 bilhão em comparação ao mesmo intervalo do ano
anterior.
A dívida líquida ficou em R$ 41,763 bilhões ao final de
dezembro, ante dívida líquida de R$ 39,107 bilhões apurada ao final
do terceiro trimestre.
Nos últimos três meses de 2023, os investimentos da Eletrobras
totalizaram R$ 4,632 bilhões, montante 148% superior ao investido
no trimestre anterior. No ano, os investimentos totalizaram R$
9,018 bilhões, um crescimento de 60% em relação a 2022.
Os resultados da Eletrobras (BOV:ELET3)
(BOV:ELET5)
(BOV:ELET6)
referentes às suas operações do quarto trimestre de 2023 foram
divulgados no dia 14/03/2024.
Teleconferência
A Eletrobras tem visto umamelhora das negociações para
contratação de energia de seu portfólio no mercado livre,ao mesmo
tempo em que está aumentando os investimentos em resiliência da
transmissão de energia como proteção a eventos climáticos extremos,
disseram executivos da companhia nesta quinta-feira.
Em teleconferência para comentar os resultados trimestrais, a
diretoria da Eletrobras mostrou uma visão mais positiva para os
negócios de comercialização de energia em 2024, apontando maior
interesse por parte dos consumidores em contratar o insumono
período de 2024 a 2027 depois da mudança do cenário de preços, que
voltaram a subir nos últimos meses.
O presidente-executivo da companhia, Ivan Monteiro, ressaltou a
aposta da Eletrobrasna áreade comercialização, que ganhou maior
importância depois da privatização da companhia, processo que
liberou grandes volumes de energia para que a Eletrobras possa
vender no mercado livre brasileiro.
Segundo o diretor financeiro, Eduardo Haiama, as negociações no
mercado livre estavam mais lentas no quarto trimestre do ano
passado, mas começaram a acelerar neste ano.
“Muita gente que estava em aberto, de alguma forma exposto a
essa condição antiga de preço mais baixo, tendeu a fechar suas
posições. Isso fez com que no primeiro trimestre de 2024 tivesse
uma procura maior por energia, consequentemente os preços tiveram
incremento”, apontou Ítalo Freitas, vice-presidente de
comercialização.
A Eletrobras sofreu com o cenário de preços de energia
deprimidos nos últimos anos, devido às boas condições hidrológicas
até então e à sobreoferta estrutural do sistema brasileiro,
justamente no momento em que a companhia tem elevados volumes
descontratados de seu portfólio.
Já Monteiro afirmou que a expansão da base de clientes da
Eletrobras para comercialização de energia,que chegou a269 clientes
finais no último trimestre de 2023, ainda é “pequena” diante da
ambição da companhia em ter “milhares de clientes”.
A nova estrutura de comercialização de energia da Eletrobras
está pronta e vai atuar no Estado de São Paulo, acrescentou o
executivo.
INVESTIMENTOS NA REDE
A Eletrobras está ampliando seus investimentos em resiliência de
seus ativos de transmissão de energia espalhados por todo o Brasil,
a fim de proteger as operações de eventos climáticos extremos e
evitar interrupções no fornecimento de energia, disse o
presidente-executivo.
A companhia deve manter o nível de investimentos totais para
2024 em cerca de 9 bilhões de reais, em linha com o executado em
2023, mas está elevando a participação dos aportes em “reforços e
melhorias”, projetos que visam melhorar equipamentos de linhas e
subestações de transmissão já existentes.
“Aproximadamente 3,2 bilhões de reais vão para reforços e
melhorias… Isso conversa com questão de segurança e com a qualidade
de serviço que a gente presta”, afirmou Monteiro.
“Estamos tendo uma sequência de eventos (climáticos)… que se
tornou quase que uma rotina na gestão de uma companhia com o porte
da Eletrobras. Nesse sentido, a gente reforça ainda mais a
importância de termos essa rubrica aumentada, dilatada, para que
faça frente aos eventos de natureza climática”, acrescentou.
NOVOS NEGÓCIOS
Sobre oportunidades de crescimento em outras áreas de negócio, o
vice-presidente de estratégia, Élio Wolff, afirmou que a Eletrobras
está trabalhando ativamente em estudos para os leilões de linhas de
transmissão de março e de setembro, bem como para o leilão de
contratação de potência, no qual as hidrelétricas foram habilitar a
participar.
Wolff não adiantou, porém, projetos que a companhia pretende
apresentar para disputar o leilão de potência, nem quanta
capacidade adicional para suas usinas estima que poderá viabilizar
por meio do certame.
Depois de dois planos de demissão voluntária (PDV) em que 2.811
colaboradores – até o momento – foram desligados, o CEO da
Eletrobras (ELET3), Ivan Monteiro, informou durante a
teleconferência de resultados do 4T23, realizada nesta quinta-feira
(14), que a companhia não pretende mais promover novos programas
desse tipo.
Assim, em janeiro, a companhia passou a contar com 7.911
funcionários – ante 9.670 contabilizados no último trimestre de
2022, quando a empresa anunciou o primeiro PDV
pós-privatização.
A Eletrobras reverteu prejuízo do quarto trimestre de 2022 e
registrou lucro líquido de R$ 893 milhões nos últimos três meses do
ano passado.
Eletrobras (ELET3): participação Cteep
(TRPL4)
Monteiro afirmou também que a Eletrobras prosseguirá nesse ano
com descruzamento de participações societárias não-estratégicas.
“Devemos ter comportamento semelhante em 2024”, disse.
No entanto, o executivo não quis comentar sobre possível venda
da participação na Isa Cteep (TRPL4) – em novembro, a empresa havia
informado ao mercado a paralisação do processo de venda.
Novos leilões
Sobre participação em novos leilões, a companhia informou que
segue de olho em ativos que tragam desenvolvimento ao portfólio. E
isso tem acontecido por meio de participação em leilões de
transmissão promovidos pela Aneel, como os que ocorreram no ano
passado.
Para os dois certames programados para 2024, a Eletrobras diz
querer participar de ambos.
“Esse leilão de março (no dia 28) a gente vem estudando. É uma
atividade contínua. Estamos trabalhando para o leilão no fim de
março assim como temos trabalhado para o leilão de setembro”,
afirmou o vice-presidente de Estratégia e de Desenvolvimento de
Negócios, Élio Wolff.
“A Eletrobras tem sinergia com todos os lotes de transmissão.
Estamos focando naquilo que achamos mais relevante”,
acrescentou.
Já sobre o leilão de reserva de capacidade, que está em consulta
pública, a empresa afirma estar otimista para esse certame.
“Acho que tem leituras bastante positivas. A primeira delas, é
que pela primeira vez se incluiu as hidrelétricas (antes, apenas
termelétricas concorriam) das quais temos oportunidades. Estamos
preparando esses projetos para se tornar habilitado para o leilão
de capacidade”, garantiu Wolff.
O leilão de capacidade ainda não tem data para realização, mas
deve ocorrer esse ano.
Comercialização de energia
Um dos pilares do projeto de desenvolvimento da companhia
pós-privatização, a comercialização de energia cresce, embora com
números ainda tímidos.
“A Eletrobras expandiu com base de clientes para comercialização
de energia, mas o número ainda é pequeno”, reconheceu o CEO na
teleconferência de resultados. “Temos ambição de ter milhares de
clientes”, acrescentou.
Segundo ele, a nova estrutura de comercialização de energia da
empresa está pronta e vai atuar inclusive em São Paulo. No início
desse ano, os negócios no segmento aqueceram.
“Ambiente de comercialização está mais apertado pela questão da
hidrologia, e com relação também às ondas de calor. Muita gente que
estava em aberto, exposto ao preço mais baixo, tendeu a fechar suas
posições”, disse o vice-presidente de Comercialização, Ítalo
Tadeu.
“Isso fez com que no 1º trimestre deste ano houvesse uma procura
maior por essa energia e consequentemente os preços tiveram um
incremento nesse período. Então, de 2024 em adiante, a gente vê uma
procura maior pela energia”, complementou.
A área de comercialização de energia, impulsionada pela recente
atuação no mercado livre, passou no final de 2023 a ter 400
clientes, com avanço de 484% em relação aos 46 consumidores finais
de 2022.
* Com informações da ADVFN, RI das empresas, Valor, Infomoney,
Estadão
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