A BRF, dona de Sadia e Perdigão, registrou prejuízo
líquido de R$ 271 milhões no terceiro trimestre deste ano.
No mesmo período de 2020, a companhia teve lucro líquido de R$ 219
milhões.
Segundo nota da empresa, o prejuízo líquido se deve
principalmente ao resultado financeiro, “dada a atualização do
valor justo da opção de venda relacionada à combinação de negócios
da ‘put option’ Banvit”.
O número foi abaixo da média das projeções de analistas que
previam ganho de 105,25 milhões de reais, de acordo com balanço
financeiro.
A receita líquida proveniente das vendas
da companhia no período somou R$ 12,390 bilhões, aumento de 24,6%
sobre os R$ 9,943 bilhões do terceiro trimestre de 2020.
O ebtida – lucro antes de juros, impostos,
depreciação e amortização – ajustado da BRF no terceiro
trimestre do ano alcançou R$ 1,367 bilhão, avanço de 3,9% sobre o
R$ 1,317 bilhão do mesmo intervalo do ano anterior. A margem Ebitda
ajustado da BRF foi de 11,0%, ante 13,2% em igual trimestre do ano
passado.
Já o volume comercializado subiu 5,1% no
trimestre, para 1,168 milhão de toneladas.
“O cenário continua desafiador e enxergamos diversas variáveis
que ainda podem impactar o consumo, como a alta da inflação, queda
na confiança do consumidor e conjuntura econômica”, escreveu Luz
Jr.
A companhia encerrou o trimestre com aumento de 11,9% no índice
de alavancagem em comparação com o segundo trimestre de 2021,
passando de 2,73 vezes para 3,06 vezes. A dívida líquida da empresa
em 30 de setembro ficou em R$ 16,682 bilhões, alta de 14,6% sobre
os R$ 14,557 bilhões de igual período de 2020. No terceiro
trimestre do ano, a BRF comercializou 1,168 milhão de toneladas de
produtos, um avanço de 5,1% em comparação com o 1,112 milhão de
toneladas de um ano antes. A empresa informou ainda um consumo de
caixa de R$ 308 milhões no período, ante geração de R$ 987 milhões
do terceiro trimestre do ano anterior.
Já o fluxo de caixa operacional caiu 11,5%, para R$ 1,57 bilhão.
A alavancagem líquida da dívida da companhia subiu de 2,90 vezes
para 3,06 vezes no mesmo comparativo, quebrando a sequência de oito
trimestres consecutivos de alavancagem abaixo de 3 vezes.
No Brasil, a BRF teve receita operacional
líquida de R$ 6,392 bilhões no trimestre encerrado em 30
de setembro de 2021, aumento de 20,0% em comparação com igual
intervalo do ano passado. A companhia destacou que repassou preços
“para reequilibrar as margens da indústria ante um cenário
inflacionário global e sem precedentes”.
A empresa afirma que inflação, queda na confiança do consumidor
e conjuntura econômica ainda podem afetar o consumo; mas lembrou
que o consumo per capita de carne de frango e de carne suína vem
subindo, enquanto o da bovina recua.
O Segmento Brasil reportou 577 mil toneladas comercializadas,
uma queda de 0,6%, na base anual.
Diante do cenário, as exportações diretas cresceram 17,9%, para
179 mil toneladas no período. A empresa apresentou um crescimento
contínuo dos volumes de exportação, com preços em dólares, reflexo
da maior demanda internacional por alimentos, principalmente nas
regiões do Oriente Médio, Norte da África e Américas.
Para o segmento internacional, as vendas somaram 496 mil
toneladas, crescimento de 7,5% em volume. O lucro bruto foi de R$
923 milhões para R$ 980 milhões no período, uma alta de 6,2%, com
Ebitda ajustado em R$ 411 milhões, queda de 13,7% em comparação com
o mesmo período de 2020 (R$ 476 milhões).
Os resultados da BRF (BOV:BRFS3)
referentes suas operações do terceiro trimestre de 2021 foram
divulgados no dia 10/11/2021. Confira o Press Release completo!
VISÃO DO MERCADO
Bank of America
Os analistas do banco destacaram a melhora operacional, com um
Ebitda ajustado acima do esperado por eles, mas ainda apontam que a
queima de caixa é uma preocupação em um cenário mais
desafiador.
Bank of America tem recomendação neutra com preço-alvo de R$
30,00…
Bradesco BBI
O Bradesco BBI foi mais otimista com o
balanço e destacou a receita líquida da empresa, de R$ 12,39
bilhões, 3% acima do consenso do mercado.
Bradesco BBI mantém recomendação de compra com preço-alvo
de R$ 32,00…
Itaú BBA
O Ebtida, contudo, veio 5% acima da estimativa do Itaú BBA
e 6% acima do consenso do mercado. O banco diz que a margem de
13,7% da operação brasileira fica 2,4 pontos percentuais acima de
sua estimativa, por conta de alta maior do que o esperado nos
preços dos alimentos processados.
Os resultados das operações no exterior, porém, foram
considerados fracos na avaliação do banco, principalmente por conta
de margens menores do que o esperado em três divisões. O Ebitda
dessas operações ficou 19% abaixo da expectativa do Itaú BBA. Outro
ponto de atenção foi a dívida líquida, que cresceu de R$ 14,791
bilhões no segundo trimestre a R$ 16,682 bilhões.
Itaú BBA mantém
recomendação market perform com preço-alvo de R$
25,00…
XP Investimentos
A XP enxerga sinais positivos, apesar da companhia ter reportado
Ebitda abaixo das suas projeções. Isso porque o aumento do volume
vendido e também nos preços ficou aquém da alta nos custos. Mas,
diante da queda recente nos preços de milho e soja, as perspectivas
de curto prazo são positivas.
XP mantêm recomendação de neutra com preço-alvo de R$ 30,00.
* Com informações da ADVFN, RI das empresas, Valor, Infomoney,
Estadão, Reuters
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